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customer feedback (pt-br)

Em minha trajetória como designer de experiência do usuário (UX), recordo inúmeras ocasiões em que me deparei com suposições ou até mesmo convicções que eram tratadas como hipóteses. Inúmeras horas foram gastas em discussões infundadas durante reuniões, resultando em um desperdício de esforço, uma vez que nenhuma das ideias havia sido confirmada junto ao público-alvo essencial: os usuários.

Apesar dos nossos esforços em resistir a isso e entender que a prioridade para a maioria de nós, designers de UX, é ouvir os usuários, somos influenciados por fatores mais primitivos, como preconcepções e a tendência de confiar em nossa intuição.

Embora siga as estatísticas e rejeite hipóteses com base em números possa parecer desafiador, os benefícios são mais tangíveis quando consideramos o potencial dos resultados. Para ilustrar esse conceito, tomei como base um experimento descrito no livro “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar”, de Daniel Kahneman.

Ao olhar para a imagem abaixo, responda de forma espontânea: É mais provável que o indivíduo representado seja um fazendeiro ou um designer?

Provavelmente, você pensou em um designer moderno, certo? Embora seja difícil imaginar um fazendeiro com roupas rasgadas, camisa xadrez e um estilo de cabelo alternativo, nos Estados Unidos existem três trabalhadores rurais para cada designer. Isso revela o quão facilmente podemos ser enganados por suposições e ignorar fatos concretos.

Agora, transportemos essa situação para os projetos que desenvolvemos diariamente. É perturbador perceber que muitas das nossas decisões cotidianas são tomadas com base na intuição.

Ao iniciarmos um produto digital, é crucial reconhecer que ele nunca será universalmente aceito. Cada interação com os usuários nos proporciona novos aprendizados, ideias e insights que guiam os próximos passos.

Com que frequência você se comunica com seus usuários? Mensalmente? Semanalmente? Diariamente? Qual é o ideal?

A resposta vale ouro. O ideal para nós é sempre que possível, ou pelo menos uma vez por semana. A interação com os usuários é tão fundamental para nossa equipe que se tornou um dos nossos princípios fundamentais:

 

  • Validar hipóteses com os usuários, pois testar com um cliente é mais eficaz do que presumir verdades em uma sala de reuniões.

Você pode encontrar mais detalhes sobre nossos princípios no artigo escrito por Arthur Castro: “Os Princípios que Orientam a InstaCarro na Revolução de um Mercado Tradicional“.

Então, por que não começar seus próprios testes hoje?

Vamos em frente! Prepare um plano, reúna sua equipe, promova discussões e realize testes com seus usuários, estabelecendo contato direto com eles para identificar comportamentos que podem ser benéficos para o aprimoramento do seu produto. Aqui estão algumas orientações úteis:

  1. Incorpore os testes e as conversas como uma prática constante. Defina a frequência com que isso será realizado, seja diariamente, semanalmente ou a cada quinze dias;
  2. Tenha uma compreensão clara do problema em questão e sempre que possível, comece a análise com base em dados quantitativos;
  3. Elabore um roteiro padrão que possa ser adaptado a várias situações, ajustando-o conforme os novos desafios surgem;
  4. Escolha suas perguntas com cuidado, buscando formulá-las de maneira neutra. Por exemplo, ao invés de perguntar: “Qual dessas duas páginas você prefere?”, experimente: “Qual dessas duas você indicaria a um familiar?”;
  5. Realize testes internos antecipadamente. Isso aquece os testes e inevitavelmente traz novos insights, antes mesmo de entrar em contato com os usuários;
  6. Agrupe os resultados de maneira simples, dando prioridade aos aspectos mais cruciais;
  7. Compartilhe os resultados. As pessoas que acompanham esses resultados podem fornecer dicas valiosas para abordar os pontos identificados.

© 2023 Augusto Alexandre. @augustoalexandredesigner